segunda-feira, 8 de março de 2010

Soneto de morte

E se a todos existe essa vontade
Do desesperado grito de abandono
Gritem todos nas horas de sono
Horas em que se tem mais piedade

Voltem-se todos contra a vaidade
E ao estado de se ter um dono
Serenizem nas noites de outono
E no deleito da escura eternidade

Gritem! E gritem a todos os ouvidos
Cantem à morte, cantem à vida
E cantem em gritos à fria solidão

E que assim seja a hora da partida
A doce partida, cessando a respiração
De todos os corpos nus, apodrecidos.

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