quinta-feira, 21 de abril de 2011

Gestalt



Minha alma e meu fundo
Minha pele, minha forma
Conteúdo que me torna
Mais um corpo nu no mundo.

Paradoxo

Só a imensidão pode me saciar.
É um amor tão imenso
Que não cabe a um ser ou uma coisa,
É preciso que seja compartilhado
Com o infinito,
Com o mar e o céu e as estrelas,
É preciso que seja visto
Pelo mundo como um todo
E é preciso que seja respirado
Em todos os cantos e ecos
E em todas as melodias
Do mar e do céu e das estrelas
E que não tenha medida, nem peso
E que não me seja só apenas
mais um delírio.

Vício II


E fez-se a luz,
Fez-se o fogo e a chama
E deu-se a respiração
Nicotinizada...
E do trago,
Fez-se um preenchimento
De tantos e tantos vazios.
Fez-se o alívio e a degustação
De infinitas substâncias.
Criou-se o câncer do fôlego perdido
E o viciante hábito da satisfação.
Acende-se na alegria
E no peso do cotidiano insuportável
E transcende o controle
Até que se torne
A calmaria das cinzas, a calmaria da morte.