terça-feira, 4 de maio de 2010

Sofro

Sinto, cada vez mais, a agonia de me escapares aos poucos. É como saber que jamais serás meu, mas também jamais conseguir reconhecer isso. É como estar diante do abismo e não querer enxergar a morte, ou até não querer morrer. Me escapas diariamente, como uma coisa que já faz parte da rotina; como arrumar a cama, escovar os dentes, ler, fumar um cigarro... e assim te perco. Perco aquilo que jamais tive, desfaço tudo aquilo que sempre esteve apenas no imaginário e derramo lágrimas por algo que ainda não pude viver. Vou, aos poucos, enxergando que sempre estive só e que nunca foste parte real de mim. Assim como te perco, me perco tanto em dor, pois dói tanto perder aquilo que nunca tivemos. Dói tanto saber que as recordações são poucas, intensas e poucas recordações. Vontade de mais.

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