domingo, 30 de maio de 2010

Poema apodrecido

Tua beleza se esconde por trás
de máscaras de crueldade e repressão.
És frio e duro e podre
és falso moralista
és tão belo que machuca toda a minha alma
quando te vejo.
Tua beleza está quando te encontro garoto,
quando deixas de ser homem, em toda a tua covardia
quando me deixas em prantos e em solidão.
És tão belo, que choro.
És um rosto inatingível e lindo
e és amargo.
És o beijo adocicado,
e és minha fria morte, o pecado.
És o fim do meu dia
e o começo da minha poesia,
és minha destruição em insanidade
e és a vida suspensa em arte.
Tua beleza é o produto tóxico do meu cigarro,
minha tortura.
És enfim, neste momento,
minha triste manhã chuvosa,
minha falta de paciência, meu aperto no peito,
és meu apetite desenfreado
e minha gastrite tortuosa.
És este poema ruim e sem fundamento
és tudo o que não escrevi em prosa.
Tua beleza é meu último verso,
meu exorcismo e meus demônios aguçados.

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